Podcast exclusivo para membros - Episódio 3 - "A Nostalgia é f*da" 

Sejam todos bem... Meu Deus! Sejam todos muito bem-vindos ao episódio número 3 do podcast exclusivo para membros. Nesse podcast, ou nessa série de vídeos, o meu objetivo é falar português de uma forma natural: contar histórias, contar anedotas, contar coisas interessantes que aconteceram comigo como uma forma de criar conteúdo de forma mais simples, de forma mais rápida, com mais frequência. Eu ainda estou tentando, mas, principalmente, pra dar pra vocês a oportunidade de ouvir português de uma forma menos filtrada, menos adaptada. Porém, histórias interessantes... Talvez. Não sei. Pelo menos histórias engraçadas, eu espero. Histórias importantes pra mim. Coisas que eu gostaria de compartilhar e que, se eu fosse fazer um vídeo, eu demoraria muito tempo pra fazer o vídeo. Então, como eu já disse nos outros episódios, talvez alguns desses episódios aqui se transformem em vídeos no futuro. Mas vocês tiveram acesso primeiro, vocês ficaram sabendo primeiro, e vocês tiveram a oportunidade de ouvir primeiro. Então, sejam todos muito bem-vindos, sejam todas muito bem-vindas ao episódio número 3!

Hoje eu quero falar sobre... minha camiseta. Sim, é um podcast sobre uma camiseta? Não! Mas essa camiseta é a camiseta de uma banda. A banda não se chama AVGN. AVGN é a abreviação do álbum. Essa camiseta é a camiseta nova de um álbum novo, de uma banda "não nova". Uma banda antiga. Uma banda que eu já conheço há muito tempo. AVGN é a abreviação de Amores e Vícios da Geração Nostalgia. O tópico de hoje vai ser um pouco sobre mim, um pouco sobre a banda, mas principalmente sobre nostalgia. E uma das coisas que me motivou a fazer esse episódio, em primeiro lugar, é que eu, pessoalmente, tô me sentindo reconectado ao Luan do passado nesse momento.

Eu retomei algumas amizades. Voltei a fazer coisas que eu não fazia há muito tempo, justamente por causa dessa sensação de nostalgia. De me reconectar com pessoas que eu não via há dez anos ou fazer coisas que eu não fazia há muito tempo e ter essa sensação de: "Nossa, eu gosto disso! Eu ainda gosto disso!" Se reconectar às lembranças, às memórias, e às coisas que eu fazia há mais de dez anos ou há dez anos atrás... Tudo isso me levou a querer fazer esse episódio com o tópico nostalgia.

O álbum se chama Amores e Vícios da Geração Nostalgia, o novo álbum da banda Supervão tem como tópico principal, como tema central nas letras das músicas, e não apenas nas letras, mas também na sonoridade de uma forma geral. Na maneira com que eles trabalham os timbres, a sonoridade da guitarra, da bateria, das melodias, da mixagem. Ou seja, na maneira que soam os vocais em relação ao instrumental, ou o instrumental em relação ao vocal. Todas essas características são referências a um tempo que já passou. São todas referências a uma estética musical lá dos anos 2000. E, quando eu falo 2000, estou falando final dos anos 1990, início dos anos 2000.

Pra quem não sabe, eu tenho 34. Eu nasci em 1990. Então, sim, eu sou um... Um millennial, eu acho. Ah, eu sou da geração que, pelo menos, escutou Nirvana. Eu escutei muito Nirvana. Eu escutei Strokes. Eu escutei Arctic Monkeys. Eu escutei as bandas que fizeram sucesso ou que estavam em muita ascensão, talvez tinham um grande apelo na mídia, de forma geral, lá pelos anos 2000. Quando eu falo da mídia, é muito engraçado. Isso já é nostálgico. Hoje em dia, eu consumo praticamente 99% das músicas que eu ouço através do Spotify. Na época, a minha influência musical vinha da MTV, vinha de pegar um CD emprestado de um amigo, gravar uma seleção de músicas em um CD, trocar com os amigos. Toda essa questão nostálgica de como consumir mídia já é um fator bastante interessante.

Aqui em 2024, muitos anos depois, o Luan que escutou música no CD, que escutou música na MTV, que teve a sua infância muito regada a Nirvana e, logo em seguida, muitas outras influências... Mas eu vou focar de novo: Strokes, Franz Ferdinand, Arctic Monkeys. Enfim, essa vibe. Essa vibe indie, meio rock. Enfim, essa vibe. Tudo isso é pra introduzir a ideia de que, um mês atrás, eu acho, faz um mês... Faz um mês que eu fui a um show. Ir a esse show não marca somente, pra mim, uma ida a um show. Ir a esse show, pra mim, significou me reconectar com pessoas que eu não via há muito tempo. Fazer uma coisa que eu não fazia há muito tempo, que é ir a um show.

Apesar de, no episódio 2, eu já ter falado que fui a Blumenau, em Santa Catarina, pra assistir ao show de uma banda também, foi diferente. Porque esse show da Supervão foi em Porto Alegre, uma cidade relativamente perto de onde eu moro. Foi um rolê, como a gente fala em português. Não foi simplesmente um evento, foi um rolê. E o rolê implica que você encontra os amigos, que você fica até tarde conversando com pessoas conhecidas e desconhecidas em um ambiente e tudo mais. Então, vamos à história!

Fui pra Porto Alegre. E é muito diferente eu pensar no Luan de dez anos atrás indo num rolê e o Luan agora, de 34 anos, indo num rolê. Em primeiro lugar, antes, eu ia com meu próprio carro. Dirigia de madrugada, dirigia super tarde. Saía da minha cidade super tarde e voltava extremamente tarde, quase no dia seguinte, amanhecendo. Não faço mais isso porque, né... velho, né? Eu tô velho, sem energia e um pouco de medo de dirigir de noite, cansado. Então minha rotina é totalmente diferente. Então foi um rolê um pouco mais adaptado, digamos assim, pro Luan de agora.

O que que eu quero dizer com isso? Peguei um ônibus, fui de Osório até Porto Alegre, dá mais ou menos uma hora, uma hora e quinze, mais ou menos. Cheguei lá na rodoviária de Porto Alegre e literalmente fiquei hospedado no hotel em frente à rodoviária. Literalmente eu atravessei a rua e lá tava o hotel. Tem essa filmagem aqui da minha visão da janela em relação ao hotel. Como um bom senhor de trinta e quatro anos, eu cheguei, arrumei a minha mochila, porque eu levei alguns equipamentos — já vou chegar lá — tomei um banho, comi, fiz uma refeição, porque, né, muito importante se alimentar bem. E aí fui pro rolê.

Curiosamente, esse evento aconteceu em um lugar que eu não conhecia em Porto Alegre. Se chama HUM, — espaço H U M — ou simplesmente "Hum" que é, na verdade, um espaço onde eu acredito que aconteçam eventos de música em geral, mas é um espaço diferente do normal. Normalmente, você entra numa porta, tem um palco, e as pessoas e um bar pra comprar bebidas. Esse espaço era um prédio com quatro andares, se eu não me engano, ou três. Quatro andares: três andares mais o terraço, onde todos os espaços tinham alguma coisa acontecendo. E lá em cima, no terraço, o show.

Foi a primeira vez na minha vida que eu assisti a um show no terraço de um prédio, o que, por si só, já foi bastante surreal. Já foi bastante assim: “Nossa, que legal! Que loucura!” Nas filmagens aqui, imagem número dois, você pode ver que lá em cima, olhando para um lado, eu conseguia ver Porto Alegre. Eu conseguia ver a rodoviária, em primeiro lugar — rodoviária de Porto Alegre, da onde eu vim. Olhando pro outro lado, eu conseguia ver o rio Guaíba, super famoso cartão postal de Porto Alegre. Continuando, eu podia ver o resto de Porto Alegre. Então, a avenida principal, os carros passando... E continuando: bom, um palco com bandas tocando. Tipo, surreal, surreal. Eu acho que foi um dos lugares mais legais que eu já vi um show na minha vida, sinceramente. Porque essa mistura de espaço urbano, cidade, carros, muitas pessoas reunidas, banda tocando... A noite tava muito bonita. Então, assim, foi muito, muito legal.

E aí, obviamente, o Luan de agora já levei microfone, já levei... ah, não levei câmera, mas levei o meu celular pra fazer umas filmagens e tal. Porque eu já fui com o objetivo de fazer alguns registros. Não por causa desse podcast. Registros por causa da banda. E aí nós nos reconectamos ao tópico da nostalgia.

O Luan de dez anos atrás era um Luan extremamente envolvido em eventos musicais, em eventos artísticos, eu poderia dizer. Eu organizava os eventos. Eu convidava bandas pra tocar, eu promovia esses eventos, eu divulgava os eventos, eu criava os flyers e eu fazia divulgação. Eu organizava tudo da melhor maneira possível pra que os eventos acontecessem. Basicamente, a minha cidade é uma cidade pequena, então não tinha muitas coisas acontecendo. E o que acontecia não era necessariamente do meu gosto. Ou seja, não eram coisas alternativas, com bandas estranhas e blá, blá, blá. Então, eu tentava fazer as coisas acontecerem pra ter um lugar pra ir, pra ter um lugar pra minha própria banda tocar na época — eu tinha uma banda — e, principalmente, pra conseguir trazer essas bandas que eu gostava pra minha cidade. O que era, obviamente, uma grande vantagem de organizar esses eventos.

Porém, ao mesmo tempo, esses eventos davam muito trabalho. Muito trabalho. Na maioria das vezes, eu acabava gastando dinheiro pra conseguir fazer o evento acontecer. Eu não ganhava nada com esses eventos, não tinha um lucro, eu não ganhava dinheiro com ingressos ou com... ninguém me pagava pra fazer o evento. Eu fazia porque eu queria. Mas era bom, era uma coisa que me trazia muito mais satisfação do que algum tipo de retorno financeiro. Então, o benefício de fazer esses eventos não era financeiro. Era só de satisfação pessoal mesmo. O envolvimento com as pessoas, com as bandas, com os artistas, e me sentir parte desse movimento acontecendo.

O álbum novo da Supervão tem como tema central nostalgia. E foi muito curioso que, lá naquela noite, eu reencontrei no público, eu reencontrei entre as pessoas que estavam assistindo ao show, reencontrei muitas pessoas, reencontrei muitos amigos de dez anos atrás. Vou insistir nesse número porque, mais ou menos, a última vez que eu tive alguma experiência assim com essas bandas. Foi surreal reencontrar as pessoas com as quais eu convivia, nem que fosse uma vez por mês, e ver que eles continuam fazendo o que eles amam, eles continuam fazendo o que eles gostam de fazer, que é música.

E esse álbum, Amores e Vícios da Geração Nostalgia, que, inclusive, eu estou ouvindo nesse momento enquanto eu gravo esse podcast, é um álbum que me transporta instantaneamente pra aquela época. Me transporta pra aquela vibe. Me transporta pra aquele momento da minha vida onde eu era um adolescente, um jovem adulto, sem muito dinheiro, quase não tinha dinheiro, não ganhava dinheiro com os eventos, mas com muita vontade. Com muita com muito amor pelo que eu fazia, apesar de fazer uma coisa que não era, uau, a coisa mais incrível do mundo para mim, era e isso que importa. Eu fazia porque eu amava e eu fazia de coração, fazia porque eu realmente queria que existisse alguma coisa. As letras desse álbum são poesia para os meus ouvidos, não são músicas extremamente complexas do ponto de vista artístico. Se se você analisar as melodias e as as harmonias e os acordes e tal, é tudo simples, é tudo muito simples e é tudo muito direto ao ponto, exatamente como eu fazia e como eu sempre fiz, na verdade, as minhas músicas. E sempre consumi música assim, porém, todas elas carregam em si essa poesia que está muito mais focada no significado das coisas do que necessariamente na forma, se isso faz sentido. Ou seja, não é como a frase foi construída, com quais palavras, mas sim o que essas palavras significam para quem está ouvindo e de que forma elas soam para quem está ouvindo. E aí, de novo, a sonoridade que remete ali a um Strokes, que remete a Arctic Monkeys, que remete às músicas que eu escutava naquela época, que tem toda aquela estética musical dum indie anos 2000, que foi o que eu vivi na minha adolescência e período jovem adulto, quando eu estava na universidade ainda. Esse álbum simplesmente conversa comigo de uma maneira muito íntima e muito direta, e soa maravilhosamente bem por causa disso.

Ah, eu estou gravando esse podcast na terça-feira, espero que eu consiga publicar na terça-feira mesmo, no dia 10/12. Eu tenho uma surpresa! Se você escutou até aqui, ah, me escutou falando sem parar sobre música e sobre arte e sobre bandas... Esse podcast é exclusivo para membros, você já sabe disso. E tem outra coisa que também é exclusiva só para membros: as aulas dos clubes, as aulas dos clubes onde a gente analisa música. Adivinha o que eu fiz nesse evento lá com a Supervão? Eu conversei com o Mário Arruda e com o Léo, que é o guitarrista, e convidei eles para participarem da aula do clube, obviamente! E eu não sei, eu não consigo nem expressar o quão feliz eu estou de chegar num ponto da minha vida onde eu sou professor de português. Eu estou ensinando português, eu estou compartilhando meu conhecimento e usando o YouTube, usando essa plataforma para ajudar pessoas a aprender português, claro, mas eu estou, de certa forma... Me corrijam se eu estiver errado, me digam o que vocês acham, eu estou, de certa forma,  ao mesmo tempo, servindo como um meio de campo entre os estrangeiros e o que é música brasileira, o que é cultura brasileira. Obviamente, meu canal é minúsculo, mas lembram quando eu convidei o Marcus Manzoni, que toca as músicas da introdução do podcast do Spotify? Eu convidei o Marcus para participar de uma aula e foi incrível! Foi tipo: "Meu Deus! Eu estou mostrando um artista aqui da minha região para pessoas do mundo inteiro, e ele está aqui conversando com os meus alunos! Isso é incrível!"

Sinceramente, eu sou defensor das bandas independentes, defensor da música independente de forma geral, da arte autoral, da arte independente. Então, eu conseguir também trazer esses artistas independentes e dar essa plataforma, mais visibilidade para eles. Para mim, é igualmente um prazer, assim como é um prazer ensinar português para os estrangeiros. Estou aqui para dizer, estou aqui para convidar, na verdade, vocês para duas coisas:

Número um, escutem o álbum "A V G N - Amores e Vícios da Geração Nostalgia". As letras ainda não estão disponíveis na internet, mas eu vou falar com com o Mário e com o Léo para ver se eles conseguem me mandar, ou eu vou transcrever manualmente. Escutem esse álbum! Eu não sei quantos anos você tem, mas se você escutar essas músicas e você reconhecer alguma coisa antiga... Antiga aqui é anos 2000, anos 90... Por favor, compartilha comigo aqui nos comentários! 

E convite número dois, o mais importante: nesse sábado, às 2 da tarde, horário do Brasil, nós teremos Clube Intermediário, aula número 12 do Clube Intermediário, com participação especial da Supervão! E nós vamos falar sobre a nostalgia, sobre a sensação de nostalgia, sobre essa sonoridade muito específica, muito bonita do álbum novo deles. 

Foi uma experiência incrível! E a esse show foi uma experiência única! E foi o lançamento oficial, foi o show de lançamento oficial do álbum! Os registros ficaram incríveis! Eu tenho quatro vídeos no meu outro canal no YouTube, eu vou deixar os links para vocês assistirem. Ah, o quão incrível é um show pequeno, com uma banda pequena, uma banda independente, com as pessoas cantando as músicas com emoção junto com a banda, num espaço pequeno, onde o vocalista interage muito, ou a banda interage muito com o público, em um espaço muito pequeno, muito acolhedor, muito próximo!

E aqui eu acabei de pensar nisso: eu também gosto de músicas a pop, de músicas de músicos e de bandas épicas que, nossa, lotam um estádio, eu também gosto disso! Mas tem algo diferente, tem algo especial sobre um show pequeno, intimista, onde o público e a banda, ou o público e os artistas, conseguem interagir ou ou pertencer a uma bolha um pouquinho mais mais próxima. Eu acho que, de certa forma, é o meu canal no YouTube, o meu canal de português, ele está mais ou menos servindo esse propósito, pelo menos para mim. Existem canais muito grandes no YouTube para ensinar português, tem a Virgínia do a Speaking Brazilian, tem a Camila do Brasileirices, tem os Easy Languages com as suas entrevistas, mas são canais tão grandes que eu acho que não têm mais essa conexão entre as pessoas, os inscritos, os as pessoas que assistem e os criadores. E no meu canal, eu acho que é exatamente o contrário: vocês falam comigo no Discord, a gente conversa no no WhatsApp, a gente tem aula, a gente faz os encontrinhos, a gente faz os clubes, a gente assiste filme... E essa sensação de comunidade pequena, de de de proximidade entre nós, eu acho que é é especial, assim como é especial para mim eu ter contato direto com músicos e artistas que eu admiro e poder convidar eles para participarem da minha aula de português. Então, Luan nostálgico hoje! Vejo vocês no sábado!

Esse foi o episódio número três. As imagens que vocês viram durante esse episódio foram feitas por mim no show de lançamento da Supervão, em Porto Alegre. Foi incrível! Eu recomendo a todos, todos, todos e todas que vão viajar para o Brasil, se vocês tiverem a oportunidade, assistam a shows de bandas independentes. O clássico: apoie a cena local, apoie artistas independentes, porque eles são os artistas com os quais vocês podem ter contato direto, e é muito mais... Na minha opinião, é muito mais motivador falar português e estudar português ouvindo uma música de uma pessoa com a qual você pode trocar mensagens no Instagram, por exemplo, do que ouvir o Chico Buarque, o Tom Jobim... E são músicas boas, são músicas boas, mas é o clássico... E é isso, basicamente. É apenas uma um registro no tempo, não está acontecendo agora, da mesma forma que as bandas independentes estão fazendo acontecer agora. Muito obrigado por me ouvir! Esse foi o episódio número três. Eu não sei o título desse episódio ainda... Nostalgia? Talvez "Luan nostálgico"? Não sei... Mas espero que vocês tenham gostado! Vejo vocês no próximo episódio! E tchau! Escutem Supervão! É muito bom! Meu Deus!"